domingo, 27 de novembro de 2011

Vídeo sobre o Novo Acordo Ortográfico

Entrevistado: Rodrigo Dutra

Vídeo sobre o Brasil!


Conheça um pouco dos estados brasileiros ...

É bom saber!

Atualmente, o crescente desenvolvimento das tecnologias e o aumento das redes sociais tem causado grande influência da Língua Inglesa no Brasil, por isso que na gramática já existe palavras inglesas que são aceitas pela norma da Língua Padrão, sendo considerados estrangeirismos e outras que foram aportuguesadas.
O convívio com o estrangeirismo se tornou comum no dia-a-dia, pois até produtos brasileiros estão tendo nomes em inglês. Mas esse estrangeirismo não surgiu ultimamente, as origens deles vêm da colonização, ele apenas vem crescendo cada vez mais.
Palavras com origem francesas: Restaurante, garçom, butique, laquê, boné, toalete, purê, tricô, echarpe, bisturi, manchete, abajur, entre outras.
Palavras inglesas: Playground, Fast Food, basquete, On-line, Delivery, deletar (delete), link, jeans, hot dog, HD, shorts, bife (beef), entre outras.


Situação geográfica e econômica do país;

O Brasil está localizado no leste da América do Sul, é cortado pela Linha do Equador e pelo Trópico de Capricórnio, e banhado pelo Oceano Atlântico. O país está em quinto lugar em maior extensão do mundo, sendo o maior na América Latina. Faz fronteira com quase todos os países da América do Sul, exceção do Chile e Equador.
Tem aproximadamente 190.732.694 milhões de habitantes, de acordo com Censo de 2010, e 8.514.876,599 km de área. Uma vez que é o país que tem mais abundância em água doce do planeta. A taxa de analfabetismo, até o ano de 2007, é 11,1%. A expectativa de vida é de 73 anos (Censo do ano de 2010), e está em 73º no ranking de 169 nações e territórios do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) com IDH de 0,813.
É Formado por 26 estados e 1 distrito, dentre os quais: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins,  Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal.  Além de está dividido em cinco regiões: Região Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Região Sul.
O rio Amazonas é maior rio do Brasil, e uns dos mais extensos do mundo. É rico em minérios como bauxita, ouro, ferro, manganês, urânio. O segundo país no ranking de maiores reservas petrolíferas, perdendo apenas para Arábia Saudita. 
Tem como clima predominante o Tropical. Mais alguns climas: equatorial, tropical de altitude, tropical atlântico, subtropical e semiárido. O Brasil tem doze bacias hidrográficas, sendo a Bacia hidrográfica do São Francisco e a do Amazonas, as principais. O relevo dominante são planaltos e planícies, pode citar-se Planalto das Guianas, Planalto Brasileiro, Planície do Pantanal, e Planície Amazônica.  O Brasil tem as mais diversas vegetações, como a Caatinga (Nordeste), Mata das Araucárias (Sul), Floresta Amazônica (Norte), Cerrado (Centro), Litorânea, entre outras.
Economicamente, O Brasil tem aproximadamente 3,7 trilhões de reais (2,5 trilhões de dólares) do PIB (Produto Interno Bruto), sendo a 7ª maior economia do mundo, e a segunda no continente americano, de acordo com a FMI (Fundo Monetário Internacional). Está inserido em organizações econômicas, como a MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), UNASUL (União das Nações Sul-americanas), G-20 (Grupo dos 20), Grupo de Cairns. O Brasil tem aproximadamente R$ 16.414,00 ou US$ 9.118, 00 (Pesquisa feita no ano de 2009) de Renda Per Capita, e inflação de 5,91% (IPCA de 2010), além de uma taxa 6,7% (Pesquisa feita no ano de 2010) de desemprego.
O setor tecnológico tem avançado na construção de aeronaves e submarinos. Têm as 10 maiores empresas automobilísticas instaladas em seu território, dentre elas: Volkswagen, Ford, Fiat, Chevrolet, Renault, Peugeot, Nissan, Toyota, entre outras. Os principais produtos agrícolas são café, soja, trigo, arroz, milho, cana-de-açúcar e cacau.
No Brasil, a maior renda vem das indústrias (tecnológicas, bens de consumo durável, automobilístico e etc.), mas o agronegócio está se destacando nos últimos anos. 

A história do país antes da chegada dos colonizadores;

      Os povos indígenas do Brasil resistem e resistiram ferozmente à morte. Essa resistência é provada ao longo do processo de colonização e ocupação do Brasil. Doenças, matanças, usurpação de terras, não tem sido suficientes para acabar com as etnias indígenas, visto que reduziu consideravelmente tornando a menor dentre os países sul-americanos. Eles continuam lutando por seus direitos, sendo exemplos de resistência e formação social.
    Com o processo de colonização, entraram em choque diversas culturas e etnias, mesmo com tanta violência e imposição a diversidade étnica prevaleceu. Certamente com a revitalização dos valores, saberes, crenças que dá base a sua cultura, mesmo em contato com a política, outras culturas, movimentos sociais e jurídicos, impõe seus direitos, não deixando de serem índios.
   A organização social indígena desde sempre teve uma boa estrutura. Desde cedo as crianças tem sua importância no futuro da sociedade, destacando a paciência, algo que raramente percebemos na nossa sociedade. Um exemplo disso, Alcida Rita Ramos, no livro Sociedades Indígenas, descreve:
    Muito raramente as crianças indígenas são punidas; quase nunca fisicamente. A atitude das pessoas para com os filhos é geralmente de grande paciência, tolerância, atenção e respeito as suas peculiaridades. A mãe amamenta durante uns dois ou três anos e a criança não é bruscamente desmamada. O espaçamento entre uma gravidez e outra é suficientemente grande – três, quatro anos ou mais -, de modo a evitar competição de dois bebês, pelo afeto e leito maternos. Durante toda a infância, a criança está sempre cercada de pessoas de várias idades e diferentes graus de proximidade e autoridade, de modo que não está nunca exposta exclusivamente às idiossincrasias de apenas dois seres humanos, o pai e a mãe. Uma criança manhosa ou irritada pode se comportar agressivamente, batendo na mãe ou em quer que seja, quebrando coisas, aos berros, que os pais e os demais adultos se limitam a observar, sorrir  e esperar que passe a crise; ela nunca é castigada por fazer um adulto perder a paciência; pode ser repreendida, mas nunca é vitima de maus tratos físicos.
   Desde muito cedo, sem instrução formal e sem violência, as crianças indígenas aprendem as regras do jogo social, o que pode e o que não pode ser feito e as formas de controle social aplicadas àqueles que infringem seriamente essas regras do jogo.
     Numa sociedade indígena, o trabalho é realizado coletivamente dentro das aldeias, sendo que todo excedente é partilhado, em alguns casos, é distribuído para famílias que estão escassas de recursos. As mulheres indígenas são responsáveis pela comida, colheita e plantio, crianças, tecelagem. Já os homens são responsáveis pela caça, pesca, produção de instrumentos de caça, cestaria. Os índios são bastantes conhecidos pelos seus rituais e danças, crenças que prevalece na sua cultura. Pode notar-se a diferença entre uma sociedade indígena e uma sociedade capitalista, no qual em uma existe o coletivismo e a outra, o individualismo.
       As línguas indígenas eram diversas, algumas são mais semelhantes, como toda língua, seja inglês, português, ou até mesmo indígena. Cada aldeia tinha sua língua oficial. Existiam umas que falavam mais de uma língua, facilitando a comunicação entre outras aldeias. Não tem um registro de quantas línguas existiram, somente algumas foram registradas pelos jesuítas durante a colonização do Brasil. Exemplos dessas línguas: Guarani, Anambé, Tukano, Urubu, Bororo, Pataxó, Piro, Urupá, Aweti, entre outras.
     Com contato dos portugueses, ambos aprenderam as línguas, no caso a indígena e a portuguesa. Entretanto, a língua indígena era desprivilegiada pelos colonizadores, pois eles achavam os índios pessoas não civilizadas. O português começou a ser falado pelos indígenas, mesmo com dificuldade, espalhando-se pelo território brasileiro. Vale ressaltar que os índios não abandonaram sua língua nativa, mas deixou de usa-la frequentemente como antes da chegada dos portugueses.  
       Uma sociedade onde não há classes sociais, nem política, nem constituição escrita, nem polícia, nem tribunais, no entanto há o respeito e a ética, sendo isso é o mais importante para eles. 

As modificações sociais e econômicas que o modelo colonial provocou às nações que hoje falam língua portuguesa;

A situação em que se encontra o Brasil, atualmente, é resultado da forma como foi colonizado. Devastação da Mata Atlântica, escassez de minérios, destruição da natureza, desequilíbrio ambientais, consequências de uma colonização devastadora, não só ambientais, mas também, sociais. Preconceito, descriminação, desigualdade social, tudo isso nos foram herdados, principalmente, pelo modo como os índios e negros eram tratados e vistos pelos portugueses.
Os negros e os indígenas eram vistos como seres descivilizados, e até como pessoas “sem almas”, tratados como animais, maltratados e escravizados.  A única maneira de tentar mudar esta situação era rebelassem e fugissem, ou quando conseguisse a alforria, algo praticamente impossível. Eram escravizados a partir do nascimento até a morte.
O Brasil foi uma colônia de exploração, ou seja, tudo que é produzido e encontrado, como minérios, na terra é da propriedade de Portugal. Uma colônia de exploração desenvolve e enriquece o país colonizador, restando quase nada para a colônia, o que permanecia aqui era apenas o que Portugal não queria ou não precisava.
O país teve uma grande miscigenação com os portugueses, negros e índios. Misturando etnias e culturas, sendo que os portugueses não abria mão de seus valores e culturas, mas aderiram alguns costumes dos índios. Ocorreu o mesmo com a cultura africana, um dos exemplos é o sincretismo religioso, no qual os negros ligaram o nome dos santos católicos com os seus orixás. Os portugueses não aceitam que interfiram na sua cultura, porém interferiram radicalmente na cultura dos colonizados.
Com a chegada dos portugueses, veio o comércio, visto que antes nem isso existia. Os índios viviam em uma agricultura de subsistência, onde era produzido o necessário para sua alimentação, e o excedente doado a tribos carentes. Os colonizadores mudaram esse estilo de vida, produziam visando os lucros que iam obter. Os índios passaram de uma vida coletiva para uma estratificada, surgindo relações de dependência e desigualdade.
O crescimento do Brasil era de instrumentos sucateados, ou seja, o que Portugal não precisava mais era enviado para a colônia, o que reflete atualmente. Nesse período, os países estavam se desenvolvendo economicamente e tecnologicamente, e o Brasil só se desenvolvia com os “restos” de Portugal. O mesmo acontecia com o comércio, eram permitidas relações comerciais apenas com os países amigos de Portugal, fato que ocasionou a invasão de Napoleão Bonaparte a Portugal, pois foram feitos acordos comerciais com a Inglaterra, inimigo da França. A França tinha tratados com Portugal, entre eles, era proibida qualquer relação com a Inglaterra.
As modificações sociais e econômicas que ocorreram no Brasil refletem até hoje no nosso dia a dia. Um país onde poder está concentrado nas mãos da classe alta, menosprezando e esquecendo a classe desfavorecida, uma vez que é a classe que mais precisa. 

Comparação do português falado nos países com o português europeu. Destacados os níveis lexical e sintático;

Diferença Lexical:




Ainda que o léxico brasileiro seja o mesmo que o do português europeu, existe uma série de peculiaridades que podem gerar confusão e desentendimentos entre os falantes das duas variantes. Há ainda as palavras que, apesar de estarem dicionarizadas em ambos os países (Brasil e Portugal), não são utilizadas por um ou por outro, gerando a mesma estranheza quando ouvidas ou lidas por um falante da outra variante.

Português do Brasil
Português europeu
Observações
água-viva
alforreca, água-viva
o mesmo que medusa
alho-poró ou alho-francês
alho-porro ou alho-francês
espécies de plantas da família Poaceae
Brócolis
Brócolos
Embora raramente, brócolos também é falado no Brasil.
Caqui
Dióspiro
coleópteros das famílias Elateridae, Fengodidae ou Lampyridae
Grama
relva
(tecnicamente, grama e relva
são diferentes plantas)
espécies de plantas da família Poaceae
vaga-lume, pirilampo
pirilampo, luzecu
o mesmo que medusa
Aquarela
Aguarela


Caminhão
Camião

Carona
Boleia

Carteira de motorista
Carta de condução

concreto
Botão

favela
Bairro de lata

Estrada de ferro/ferrovia
Caminho de ferro

Apontador de lápis
Apara lápis

madereira
Bebeirão


nadadeira
Barabatanas

Ônibus
Auto-carro

bode
Eléctrico

fazenda
Quinta

boia-fria
assalariado rural

frentista
Gasolineiro

esporte
Desporto

goleiro
guarda-redes


disco duro, HD, winchester
disco rígido

sistema operacional
sistema operativo

laptop, notebook
computador portátil

gerenciar
gerenciamento
gerir
gestão

aterissar
aterrissagem
aterrar
aterragem

dublar
dublagem
dobrar
dobragem

arquivo (de computador)
ficheiro (de computador)

sensoriamento remoto
detecção remota


Outros exemplos:
Portugal – Brasil
A
Adesivo – Esparadrapo
Aerogare – Hangar
Agrafador – Grampeador
Alarde – Insulto
Alcatifa – Carpete
Algibeira – Bolso
Alcunha – Apelido
Almeida – Gari
Ameijoa – Marisco
Apelido – Sobrenome
Ardina – Jarro
Ardinas – Jornaleiro
Armazenista – Atacadista
Assoalhados – Cômodos
Autocarro – Ônibus
Autoclismo – Descarga (WC)

B
Baliza Meta – Gol
Banheiro – Salva-vidas
Barco – Iate
Beira-mar – Orla
Berbequim – Furadeira
Berma – Acostamento
Bestial – Bárbaro
Betão armado – Concreto
Bibe aos quadrados – Avental xadrez
Bica – Cafezinho
Bicha – Fila
Bisnaga – Lança-perfume
Boleia – Carona
Borracho – Pombo
Borrego – Carneiro

C
Cadelinha – Marisco
Caixa de velocidade – Câmbio
Cambuta – Nanico
Camisa de noite – Camisola
Camisola – Malha
Canalizador – Encanador
Candeeiro – Abajur
Cântaro – Jarro
Casa de banho – Banheiro
Catita – Engraçada
Cave – Subsolo
Cerveja – Chope
Chávena – Xícara
Choque – Batida
Claque – Torcida
Coluna – Caixa acústica
Comboio – Trem
Cordel – Barbante
Cruzeta – Cabide
Cueca – Calcinha

D
Defesa – Zagueiro
Desenhador – Desenhista
Diospiro – Caqui
Dispistado – Distraído
Dose – Aperitivo

E
Écran – Tela de cinema
Elas – Batatas fritas
Elétrico – Bonde
Empregado de mesa – Garçom
Encarnado – Vermelho
Entretanto – Naquele instante
Esferovite – Isopor
Esmoncar – Assoar o nariz
Esquadra de polícia – Delegacia
Estrafegar – Amassar

F
Fábrica de açucar – Engenho
Fato – Terno
Femeeiro – Mulherengo
Fiambre – Presunto
Ficha – Tomada
Fino – Chope
Folhetim – Novela
Forreta – Pão duro
Frigorífico – Geladeira

G
Galão – Pingado
Garoto de recados – Office-boy
Gasosa – Refrigerante
Gira-discos – Toca-discos
Giro Legal – (gíria)
Guarda-fatos – Guarda-roupa
Guarda-redes – Goleiro

H
Harpa – Fome
Havano – Charuto
Haveres – Bens
Historiola – Historieta

I
Impedido – Ordenança
Imperial – Chope pequeno

J
Jaleco – Casaco curto
Justa – Camisa

L
Lençol de banho – Toalha
Linguareiro – Linguarudo
Lombo – Filet mignon
Lume brando – Fogo brando

M
Magalho – Barbante
Malta – Turma
Mão de vaca – Mocotó
Maples – Sofás
Miúdo – Criança
Mola de roupa – Pregador
Montra – Vitrina

N
Namoricar – Paquerar
Nigues – Nada
Nó – Laço

O
Obreiro – Peão
Orar – Discursar

P
Paneleiro – Bicha
Parqueamento – Estacionamento
Pastelaria – Doceria
Peão – Pedestre
Perceber – Morar
Peúgas – Meias
Pia – Sanitário
Pimento – Pimentão
Pinga Um – copo dágua
Pinha – Cuca
Ponta pé de baliza – Tiro de meta
Ponta é de canto – córner
Porreiro Bacana – ótimo
Prego – Churrasco
Prenda – Presente

Q
Quadro Ato – (teatro)
Queimadela – Queimadura
Quinta – Sítio e fazenda

R
Rapariga – Moça
Rebuçado – Bala
Renda – Aluguel
Resolver um problema – Quebrar o galho
Retalho – Varejo
Retrete – Privada
Romagem – Romaria

S
Saiote – Anágua
Sarrilhos – Encrenca
Secretária – Escrivaninha
Sítio – Lugar
Sobretudo – Japona

T
Talho – Açougue
Tarte – Torta
Travão – Freio
Trepassa-se – Passa-se o ponto

U
Ula-ula – Correria
Urinol – Banheiro público

V
Venda a retalho – Varejo
Ventoinha – Ventilador
Verniz – Esmalte
Vivenda – Sobrado

X
Xaveco – Velharia
Xexé Biruta

Z
Zagaio – Nariz
Zambaio – Vesgo
Zaragata – Desordem
Zaré – Bêbado
Zina – Clímax
Zuco – Tolo

Diferença Sintática

O ponto central da diferença sintética está no sistema pronominal, tanto na posição de sujeito, como de complemento, com reflexos inevitáveis nos possessivos e no paradigma das flexões número-pessoais do verbo. No Brasil, com a expansão do “você” e do “a gente” como pronomes pessoais e com a redução do uso do tu e do vós, a 3ª  Pessoa verbal se generaliza: temos hoje em convivência, no Brasil, um paradigma verbal de quatro posições:

Eu falo | ele, você, a gente fala | nós falamos | eles, vocês falam;
Outro de três posições,
Eu falo | ele, você, a gente fala | eles falam;
Outro de duas posições, dos menos escolarizados, ou não escolarizados, sobretudo de áreas rurais, mas não só, que não aplicam a regra de concordância verbo-nominal,
Eu falo | ele, você, a gente, eles, vocês fala.
Em algumas áreas geo dialetais (variação por terras) brasileiras, usa-se o tu, na fala corrente com o verbo na 3.ª pessoa (tu fala) e, em reduzidas áreas (talvez a mais forte seja o litoral catarinense e no sul do Rio grande do sul), ao tu ainda se segue a flexão histórica (tu falas). Quanto mais é reduzido o paradigma flexional número-pessoal do verbo, mais necessário se faz o preenchimento do sujeito pronominal, perdendo assim o Português Brasileiro o chamado parâmetro pro-drop, possível no Português Europeu, em que essas reduções não ocorrem tal como no Português Brasileiro. O uso extensivo de você, em lugar de tu, cria no Português Brasileiro uma ambiguidade para o seu, possessivo que pode referir-se ao interlocutor ou não, ambiguidade desfeita no discurso (- Comprei seu livro ontem ou Zélia Gattai escreveu um novo romance, seu livro está sendo muito vendido). Ou também desfeita, estruturalmente, pelo dele, que passa a adquirir a condição de pronome possessivo (Jorge Amando escreveu um novo romance, o livro dele está sendo muito vendido). Quanto aos pronomes complementos clíticos, sobretudo os de terceira pessoa – o, a, os, as – estão sendo eliminados no Português Brasileiro, preferindo-se, em seu lugar, ou o sintagma nominal pleno ou, embora estigmatizado pelos altamente escolarizados, o pronome sujeito correspondente, o chamado ele acusativo ou ainda o apagamento do pronome complemento, estratégia de esquiva muito frequente (- Seu marido estava no Shopping. Eu vi seu filho lá ou ...eu vi ele lá ou ...eu vi lá). O apagamento do objeto direto pronominal clítico é corrente no Português Brasileiro, movimento inverso ao preenchimento do sujeito. Ainda quanto aos pronomes complementos clíticos, ressalta o lhe, originalmente um dativo, correspondente ao objeto indireto, usado como acusativo, objeto direto, correlacionado ao pronome sujeito você (- Você gosta muito de cinema. Eu lhe vejo sempre no Multiplex). O lhe acusativo varia com te, mesmo sendo o tratamento você (- Você gosta de cinema. Eu te vejo sempre no Multiplex). Nos exemplos dados, o clítico canônico – o/a – pode ocorrer no uso cuidado, monitorado, de escolarizados; ele é adquirido na escola e, curiosamente, primeiro na escrita e depois na fala, o que mostra ser um recurso sintático, efeito de aprendizagem pela escolarização, e não adquirido naturalmente na infância. Ainda sobre os clíticos e aí, não só os de 3.ª pessoa, nós, brasileiros, quando os usamos, preferimos a próclise (O fenômeno fonético de anteposição duma palavra átona a outra que o não é, subordinando-se aquela ao acento desta). A ênclise é hoje mal aprendida na escola, tanto que, cada vez mais, encontramos em textos de estudantes e em outros, como os jornalísticos, a ênclise nas posições em que, historicamente, sempre se usou a próclise, como nas orações subordinadas e nas negativas (O vestido que dei-lhe de presente ficou bom; Eu não disse-lhe que viesse!). Há ainda aceitação normal e generalizada dos clíticos na primeira posição da sentença, exceto os acusativos o, a, os, as (- Lhe disse que não viesse; - Me passe esse livro). Ainda quanto ao sistema pronominal, no que se refere aos relativos, utilizamos frequentemente o pronome lembrete (o professor que eu estudei inglês com ele voltou), em desaproveito da estrutura canônica (o professor com quem eu estudei inglês voltou).